Lotaria de Natal
Porque é que uns têm sorte na vida e outros não? Claro que para ter sucesso é preciso esforço e trabalho… mas é necessário sempre um pouco de sorte. Foi o caso do Ruca.
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Porque é que uns têm sorte na vida e outros não? Claro que para ter sucesso é preciso esforço e trabalho… mas é necessário sempre um pouco de sorte. Foi o caso do Ruca.
Estávamos em 1970. Vindo de Malpartida (Guarda) onde passara alguns dias das férias de Natal em casa de um colega amigo, chegara a Santa Apolónia pelas 23h00 da noite de consoada, depois de dezasseis horas de viagem em camionetas e comboio. Vinha cansado, com vários sacos e uma grande mala (sem rodinhas), que transportei a custo até à gare.
Um barulho vindo da cozinha desperta-me a meio da noite. É véspera de Natal e antes de nos deitarmos deixámos todos os nossos sapatos na lareira. - Um só! diz a minha mãe.
Como leitor, há livros que apenas provo, outros que devoro e outros, ainda, que gosto de mastigar e digerir com tempo.
O primeiro livro que recordo de ter recebido foi um livro da Anita, no meu 6º aniversário, a mamã fez-me uma festinha num café que havia na Av. Pascoal de Melo, com 4 colegas de classe, ficou-me registado na memória pois a coleguinha de classe que mo ofereceu estava a folhear o livro e mascava uma daquelas míticas pastilhas elásticas...
Que livro é este? É poema? É crónica? É lenda romântica? Segundo avalizadas opiniões será todas estas coisas e ainda mais. Dizem mesmo, à cerca do seu autor Alexandre Herculano, que ele terá sido percursor quer no romance histórico, quer no romantismo, em Portugal. Há mesmo quem considere Eurico como o primeiro super-herói luso.
Nos últimos anos têm-se desenvolvido novas entidades nosológicas, entre as quais o actualíssimo, moderníssimo e chiquíssimo burnout.
Há estações de cheiro e estações de sabor. O Verão é a estação do sabor e da cor. É o verão das frutas e das cores. Da melancia vermelha esponjosa e gelada, ponteada a preto de sementes. Do melão amarelo forte e fresco, enchendo a boca do veraneante acalorado. Dos pêssegos vermelhos peludos, das uvas em cachos enormes, da ameixa...
O toldo de praia era uma instituição. Era ali que, entre outras coisas, nos resguardávamos do Sol embora, isso, fosse apenas uma ínfima parte do que este pedaço de lona representava para a juventude do meu tempo. Começava logo porque se tinha de reservar o dito de um ano para o outro, ou quando muito, quando começava a época balnear....
Nasci nos Açores, na ilha de São Miguel freguesia de Feteiras no ano da graça de 1957, nas fraldas do vulcão das Sete Cidades. Mas desde a primeira semana de vida e até aos meus quinze anos vivi no Aeroporto de Santa Maria a 57 milhas marítimas a Sul de São Miguel, Aeroporto onde meu Pai trabalhava.
O que no meu bairro se via da janela da minha casa - Como quase todos nós, nos últimos anos, passei grande parte do tempo confinado, mais ou menos fechado em casa, limitado por paredes e vidraças, protegido da rua por um elevador, emprateleirado numa de tantas torres, qual pombal gigantesco que enche esta cidade de Lisboa.
D. Afonso Henriques viveu muito para além do que seria a média na sua época. Terá nascido em 1109*, provavelmente num castelo despojado, e morreu em 6 de dezembro de 1185, em Coimbra. Assumindo como certa a data de nascimento, viveu 76 anos. Não consta que se preocupasse com a dieta, nem com a saúde. Foi ferido gravemente quando já...
"Ora entre Enganim e Cesareia, num casebre desgarrado, sumido na prega de um Cerro, vivia a esse tempo uma viúva, mais desgraçada mulher que todas as mulheres de Israel…
Setembro é habitualmente sereno, com dias quentes e tardes calmas, aconchegadas por um Sol manso de cor amarelo nacarado. Mas, este ano, o Verão pareceu estender-se mais pelo Outono dentro, proporcionando-nos um Outubro de igual teor que, apenas agora, está a ser salpicado por pingos de chuva.
Encontrar um povo e pulsarmos em afetos e sentimentos é um acontecimento extraordinário. Há um sentimento que nos faz maiores, o da pertença. Murmuramos ao vento: eu sou do mundo, quando os nossos pés se firmam no caminho inexplorado e sentimo-nos parte daquele viver.