Slow, Coisas boas levam tempo
Estou a começar a desacelerar. Pelo menos ando a tentar.
E para ajudar nesta tarefa, para mim tão difícil, comecei a ler o livro "Slow, as coisas boas levam tempo" de Raquel Tavares.
O Slow Food (comer devagar) esteve na origem do Movimento Slow e nasceu da necessidade de defesa das tradições gastronómicas, em Itália no final da década de 80.
Ao longo dos anos o conceito de slow desenvolveu-se, abrangendo várias áreas da sociedade.
Hoje este movimento está presente na Alimentação (Slow Food), no Trabalho (Slow Work), no Turismo (Slow Travel), na Moda (Slow Fashion), na Educação (Slow School), na Medicina (Slow Medicine), no Envelhecimento (Slow Aging), entre outros.
O que une estes conceitos é o mesmo princípio: uma cultura de vida que defende que viver em modo mais lento pode ser um instrumento de desenvolvimento humano e do potencial de cada um.
Este livro da Raquel Tavares está muito bem estruturado. Está dividido por áreas de intervenção dentro do Movimento Slow e para cada uma delas indica exemplos práticos acessíveis a muitos.
E como, de "pequenino é que se torce o destino", tem imensos exemplos de práticas com crianças.
Dentro do livro, como bónus, vinha este atarefadíssimo polvo.*
"Multi-tasking não é um motivo de orgulho", diz o postal.
Eu concordo embora seja contra-intuitivo.
Aprendi toda a vida que a capacidade de ser "multi-tasker" era uma coisa boa e até sou exímia em fazer várias coisas ao mesmo tempo sem deixar cair nenhuma, característica pessoal de que me orgulhei durante muito tempo.
Mas não.
"Multi-tasking" não é definitivamente um motivo de orgulho.
A refletir, a desaprender, a reaprender, a interiorizar.
Curiosos? Leiam o livro e, sobretudo, experimentem!
Hélia Jorge
22/09/2022
* atarefadíssimo polvo