Resoluções de Ano Novo

06-01-2022

Resoluções de ano novo ou lista de tarefas para a primeira semana de Janeiro?

Não sou uma fervorosa adepta das resoluções de ano novo, mas sim, também as faço e, normalmente, cumpro-as. Cumpro-as por disciplina, mas sobretudo porque há muito deixei de me colocar objetivos irrealistas, que não dependem de mim ou que não nasçam de uma vontade intrínseca.

Em toda a minha vida fiz planos. Definia-me como uma pessoa organizada e planeada e essa tornou-se a minha história.
Em estudante fazia sempre os planos de estudo e cumpria, como profissional fiz planos dos projetos em que estive envolvida, planos de negócio vários...e cumpria, na vida pessoal e nas mais mínimas coisas planeava e cumpria.
Confesso, sem falsas modéstias, que sou exímia na arte de planear e obsessiva na arte de executar.
Nesta altura do ano toda a gente faz planos, as chamadas resoluções de ano novo.
Deixar de fumar, perder uns quilos, ir mais ao ginásio, começar a correr, estar mais com amigos, ir mais ao cinema, ler mais...
E está tudo bem, não há nada de mal em fazer planos..., só que os planos não são um fim em si.
Não me interpretem mal, não mudei de vida e agora acho que já não é necessário fazer planos.

Eu continuo uma "plan aholic", uma viciada em planos. Ainda hoje planeio o meu dia ao detalhe...
Mas os planos não podem estrangular a capacidade de aceitar o que a vida nos traz e impedir-nos de abraçar essas novas dádivas não planeadas.
"Planeia, planeia...mas não te esqueças de viver" dizia-me alguém a quem quero muito.
É preciso viver cada dia com intenção, atenção, amor, gratidão...
Os "reikianos" dizem "Só por hoje...".
Os budistas dizem "que não há passado nem futuro, o presente é o único sítio onde tudo acontece".
Os adeptos de mindfullness dizem "atenção plena ao aqui e agora".
De facto a vida não é o planeamento.
Como citava John Lennon numa das suas canções:
"A vida é aquilo que te acontece enquanto estás ocupado a planear outras coisas"

Um bom ano de 2022 para todos!

Hélia Jorge