Os homens de Putin

12-12-2022

Hoje decidi colaborar com a Transições através de uma análise ao último livro que li, e que achei interessante partilhar com os membros da Transições.

Espero que gostem.

Analise do livro "Os homens de Putin"

Confesso que, ultimamente, sinto-me mais atraído à leitura de livros de não ficção - livros de história, investigação jornalística, opinião sobre diversos temas da atualidade, etc - do que propriamente de ficção, sem menosprezar esta vertente.

Vem esta introdução a propósito do último livro que li chamado "Os Homens de Putin" da escritora Catherine Belton.

Reconheço que os trágicos acontecimentos da recente invasão da Ucrânia por parte da Rússia, assim como as boas referencias que tinha do livro, foram os motivos que me levou a lê-lo.

Tive curiosidade em conhecer melhor os antecedentes dos atuais dirigentes da Rússia e tentar perceber o que possa ter levado Putin a tomar a decisão que tomou em fevereiro passado.

O livro, fruto de uma aturada e profunda investigação jornalística, cobre um período que vai, mais ou menos, desde a queda da União soviética até ao ano de 2019, e descreve em profundidade as manobras, que eu diria maquiavélicas, de um grupo de homens do ex-KGB onde Putin se incluía para, em primeira instância, enriquecerem e, posteriormente, tomarem o poder na Rússia num modus operandos sempre com o mesmo padrão, baseado na corrupção, na intimidação, no crime organizado, e no assassinato.

Não é um livro "leve", até pelas mais de 600 páginas que o constituem, mas onde a autora tem a preocupação de documentar todas as informações que denuncia, ao publicar mais de 100 páginas com as referências e origens das conclusões a que chega.

Para quem tem interesse em conhecer uma parte da história recente da Rússia, e de que forma o chamado Ocidente tem sido 'comprado' por uma elite que governa a Rússia na ânsia que reconstruir o 'velho' império russo, acho que é um livro a não perder.

De referir que foi considerado o livro do ano de 2020 por múltiplos jornais internacionais de referência como, por exemplo, o The New York Times, The Daily Telegraph, The Economist, ou o Financial times.

Jorge Gonçalves Silva