Ob portus - Ser idoso sem envelhecer
A crise gerada pela pandemia trouxe nuvens sobre o nosso horizonte de vida, fechou-nos, limitou-nos e toldou-nos a esperança. Mas temos que reagir, que lutar que descortinar novas oportunidades.
Pelo que me toca, tenho procurado com um grupo fiel de amigos manter uma dinâmica de cultura física e intelectual que considero libertadora e que nos tem ajudado muito.
Um e outro dia geramos novos projectos, enquanto acautelamos o bom cumprimento dos objectivos previamente definidos. Fazemo-lo com método e planeamento mas não rejeitamos a espontaneidade (e se fizéssemos?... e se fôssemos?...).
É uma bênção ter uma rede de amigos com quem partilhar e discutir os mais variados temas. Às vezes à volta de uma cerveja depois de um jogo de golfe, numa caminhada, num jantar, ou através da permuta de textos que redigimos e comentamos.
Esta dinâmica não só nos mantém vivos e intervenientes, mas traz-nos um "bom ar".
Na escola onde tirei a carta de patrão de local, costumam despedir-se dos alunos com um muito apropriado desejo de: "bons ventos"!
Em Lagos, onde escrevo estas linhas, vento é coisa que nunca falta.
Os romanos davam nome aos ventos e um de que particularmente gostavam era "ob portus" ou seja: o vento oportuno, porque era aquele que os levava a bom porto. Daí nasceu a palavra: oportunidade.
Aqui fica a sugestão. Aproveite a oportunidade, faça algo diferente e sinta-se vivo.
A idade não tem de ser sinónima de velhice.
Já basta que chamem assim à nossa pensão de reforma.
José Aleixo Dias