Maria Irene Batista

Primavera

Olho a copa daquela árvore mais além…
Ela murmura baixinho, com as suas folhas verdes, a brisa da tua voz, e nesse murmurar ouço o teu canto melodioso abrindo os braços às andorinhas que chegam em bandos anunciando a primavera.
Na tua janela desabrocham canteiros de tulipas amarelas e rosas vermelhas, para os quais olho enlevado escutando a valsa da primavera de Vivaldi que soa lá longe no refúgio da tua alma, e eu …submerso no mar dos sonhos… na melodia dos perfumes que me envolvem…
e eu …abraço o teu olhar que revela apenas saudade.
O sol nasce e sorri enlevado para a brisa que sopra devagarinho para que as flores do teu jardim dancem radiantes e celebrem a sua chegada desabrochando os pequenos botões em pétalas do arco iris… e a primavera abraça a esperança das cores da vida, da alegria, libertando os campos que se vestem de flores e perfumes, dos caminhos que se ladeiam de amoras e pequenos tufos amarelos de giestas…
e eu… quieto, espero que a esperança do teu sorriso de primavera dos teus cabelos enfeitados de flores despertem o meu beijo e se dê o reencontro onde o inverno está esquecido e a primavera volta para florescer o nosso amor. 

Maria Irene Batista
13 de Maio de 2024