Irena Sendler
Há dias recebi este texto no meu WhatsApp..., sempre gostei muito de tudo o que é relacionado com História, é de lá que vem tudo o que somos e é com ela que, recordando, podemos evoluir, aprender e tentar fazer melhor!
Este período referente à 2ª Guerra Mundial sempre me fascinou de uma forma "negra"..., como é possível que o ser humano, o indivíduo, consiga cometer tantas atrocidades..., como é possível que se tenha encontrado justificação na cabeça de cada um que participou e do coletivo..., que se tenha conseguido executar o extermínio de mais de 6 milhões de seres humanos, fazendo-os passar horrores indescritíveis e encontrando seguidores em tantas nações...
Este é um texto anónimo, mas que fala de uma de muitos heróis durante este período de terror..., que fez a diferença para muitas crianças que por ela foram salvas..., mas mais do que isso, este é um texto que apela à recordação..., passaram mais de 60 anos desde o fim da 2ª Guerra Mundial, a maioria das testemunhas já faleceram..., a memória desaparece..., é importante recordar para que não volte a acontecer...
TEXTO MEMÓRIA sobre o impacto de Irena Sendler no salvamento de crianças durante a 2ª Guerra Mundial:
"Durante a 2ª Guerra Mundial, Irena conseguiu uma autorização para trabalhar no gueto de Varsóvia, como especialista de canalizações. Mas os seus planos iam mais além... Sabia quais eram os planos dos nazis relativamente aos judeus (sendo alemã!).
Irena trazia crianças escondidas no fundo da sua caixa de ferramentas e levava um saco de sarapilheira na parte de trás da sua camioneta (para crianças de maior tamanho).
Também levava na parte de trás da camioneta um cão, a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do gueto. Claro que os soldados não queriam nada com o cão e o ladrar deste encobriria qualquer ruído que os meninos pudessem fazer.
Enquanto conseguiu manter este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2500 crianças.
Por fim os nazis apanharam-na. Souberam das suas atividades e, em 20 de Outubro de 1943, Irena Sendler foi presa pela Gestapo e levada para a infame prisão de Pawiak, onde foi brutalmente torturada. Num colchão de palha, encontrou uma pequena estampa de Jesus com a inscrição: "Jesus, em Vós, confio", e conservou-a consigo até 1979, quando a ofereceu ao Papa João Paulo II.
Ela, a única que sabia os nomes e moradas das famílias que albergavam crianças judias, suportou a tortura e negou trair seus colaboradores ou as crianças ocultas. Quebraram-lhe os ossos dos pés e das pernas, mas não conseguiram quebrar a sua determinação. Já recuperada foi, no entanto, condenada à morte.
Enquanto esperava pela execução, um soldado alemão levou-a para um "interrogatório adicional". Ao sair, ele gritou-lhe em polaco: "Corra!".
Esperando ser baleada pelas costas, Irena, contudo, correu por uma porta lateral e fugiu, escondendo-se nos becos cobertos de neve até ter certeza de que não fora seguida. No dia seguinte, já abrigada entre amigos, Irena encontrou o seu nome na lista de polacos executados que os alemães publicavam nos jornais.
Os membros da organização Żegota ("Resgate") tinham conseguido deter a execução de Irena subornando os alemães, e Irena continuou a trabalhar com uma identidade falsa.
Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do gueto, guardado num frasco de vidro enterrado debaixo de uma árvore no seu jardim.
Depois de terminada a guerra, tentou localizar os pais que tivessem sobrevivido e reunir a família. A maioria tinha sido levada para as câmaras de gás. Para aqueles que tinham perdido os pais, ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adotivos.
Em 2006 foi proposta para receber o Prémio Nobel da Paz, mas não foi selecionada. Quem o recebeu foi Al Gore por sua campanha sobre o Aquecimento Global.
Passaram já mais de 60 anos, desde que terminou a 2ª Guerra Mundial na Europa. Esta mensagem é em memória dos 6 milhões de judeus, 20 milhões de russos, 10 milhões de cristãos (inclusive 1.900 sacerdotes católicos), 500 mil ciganos, centenas de milhares de socialistas, comunistas e democratas e milhares de deficientes físicos e mentais, que foram assassinados, massacrados, violados, mortos à fome e humilhados, com os povos do mundo muitas vezes olhando para o outro lado...
Agora, mais do que nunca, com o recrudescimento do racismo, da discriminação e os massacres de milhões de civis em conflitos e guerras sem fim em todos os continentes, é imperativo assegurar que o Mundo nunca esqueça gente como Irena Sendler, que salvou milhares de vidas, praticamente sozinha.
"A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade." - Irena Sendler
Vanda Mata