Durável ou duradouro?
Viver até quando? Ora, até ao fim! E o que é o fim? É quando o Eros nos abandona. Quando a dinâmica da vida se esfuma. Quando passam por nós e não nos veem. Quando já não interessamos a ninguém, a não ser ao Menino Jesus.
É quando já não nos apetece
acordar e, não é para ficar na cama!
Prefiro ser durável a ser longevo.
A "durabilidade" é a propriedade de um objecto ou material de manter as suas características e a qualidade a longo prazo.
Creio que se fizermos uma adaptação à nossa condição humana, será gozarmos das nossas funções vitais cognitivas e autonomia, sem manifestarmos deterioração (vulgo: ferrugem!).
Acho que tal perspectiva se distingue claramente da longevidade, onde a característica fundamental é o "tempo de duração".
No meu caso concreto, apesar de ainda poder ter na minha companhia uma mãe com 102 anos, não me interessa ser longevo se não conseguir garantir uma autonomia e qualidade de vida compatíveis.
Mas, como para já, ainda não somos nós que determinamos como é que as coisas se irão passar, o melhor é irmos somando pontos no cartão de crédito da vida.
José Aleixo Dias
Lisboa 9 de Janeiro de 2024