De pequenino...

23-09-2022

Todos sabemos que a geração dos nossos netos é mais propensa a pressionar teclas ou superfícies interactivas de computadores, IPhones e tablets, mas pouco estimulada a ler ou a escrever. O digital vem dominando a comunicação, a imagem e o som, ficando a leitura e a escrita muito secundarizadas

Relato-vos a experiência de um meu irmão, avozinho como eu, que desafiou a sua neta adolescente a resumir numa folha de papel as notícias relevantes que encontrasse num caderno do "Expresso", de que é assinante desde o primeiro número.

Para grande surpresa sua, a criança respondeu de forma muito positiva ao desafio que lhe estava a ser lançado e em menos de uma hora, elaborou um resumo perfeito dos temas essenciais.

Agora quando ele traz para casa o semanário, é ela que de livre vontade o folheia e comenta alguns temas com o seu avô. Não é incrível?

Os propósitos de uma tarefa numa geração mais virada para a inovação e competitividade, podem e devem ser bem aproveitados, se forem enquadrados por estímulos adequados.

Lembro-me, aliás, do que se passou há uns anos atrás, quando da visita das nossas netas pequenas.

Neste caso, sempre que entravam em nossa casa dirigiam-se a um determinado quarto, abriam o armário onde sabiam estarem arrumados brinquedos e jogos e espalhavam tudo pelo chão, antes de se entreterem a explorar cada um deles em particular.

Escusado será dizer que ao fim do dia, aquele quarto era um caos!

Pois bem! Normalmente seriam os pais ou os avós a recolocarem tudo no armário, mas desta vez foi diferente.

A minha nora bateu palmas e desafiou efusivamente as crianças para um jogo:

- Querem jogar a um jogo muito giro?

- Sim! Responderam ambas.

- Boa!... Então vamos ver quem é que arruma estas peças todas mais depressa no armário!


Lagos, 16 de Agosto de 2022

José Aleixo Dias(1)

(1)  O autor escreve segundo o anterior acordo ortográfico