Coisas para deitar fora
Ao longo da nossa vida vamos colecionando objectos. Uns adquiridos, outros oferecidos e outros ainda encontrados por aí.
Temos um impulso cego de criar laços com as coisas, tornando-se de alguma forma estes objectos parte das nossas identidades materiais. Mesmo inanimadas estas coisas causam-nos emoções e sentimos alguma gratificação com a sua posse (1).
Armazenamos roupas, livros, fotografias, moedas, selos, medalhas, taças, relógios, fios, pulseiras, biblots e toda a ordem, uns talvez por necessidade ou precaução, outros por gosto e estima porque nos recordam momentos importantes da nossa vida.
Porém, quando chegamos a uma certa idade perguntamo-nos para que serve tudo isso?
Em particular estou a pensar em livros técnicos e enciclopédias (que entretanto se desactualizaram), artigos marcantes que colecionei em inúmeras pastas, resumos temáticos que elaborei, artigos que publiquei, álbuns de fotos sem fim.
O que fazer a estas coisas ?
Gostava de as doar a quem delas possa ainda tirar algum proveito. De facto, para além do valor estimativo de determinado objecto, a única forma de sublimar este sentimento de perda é o consolo de saber que pode ainda ser útil ou apreciado por alguém.
Identificados os "dispensáveis", procurei a quem os dar junto de amigos e na internet, mas não foi fácil. O processo de recolha de doações deste tipo parece-me pouco desenvolvido e, regra geral, tem uma logística complicada e encargos muito elevados com o transporte. Se pretende doar alguma coisa, considere: (2)
- Bibliotecas municipais
- Bibliotecas escolares
- Hospitais
- Lares de idosos
- Casas de correção para jovens
- Orfanatos
- Estabelecimentos prisionais
- Lojas solidárias
- Alfarrabistas
- Clubes de tertúlia literária
- Instituições de solidariedade social
Eu encontrei a solução para o meu caso na Biblioteca Municipal de Oeiras.
E você ? já fez o seu exercício de "adelgaçamento material" ?
Vá lá!...Decida-se!...
Lagos, 02 de Agosto de 2021
José Aleixo Dias
Referências:
· - William James - Principles of Psycology citado por Kiya Tong em: Tudo o que não vemos; Edições Lua de Papel, 2020;.
· - Doar livros: como, onde e a quem (e-konomista.pt); Consultado a 01-08-2021.