Cavalos Roubados
Entrei numa livraria, à qual não vou fazer publicidade, porque não me paga para isso, e vi este livro. Chamou-me a atenção o facto de não ter artigo no título; não é "Os Cavalos Roubados" mas sim "Cavalos Roubados". Parece idiota (e provavelmente até é), mas a ausência do "Os" fez-me comprar o livro. Isso, claro, e o facto do autor ser norueguês. Pela primeira vez iria ler um livro de um autor da Noruega.
Quando no meu Clube de Leitura, chegou a minha vez de escolher, não hesitei - "Cavalos Roubados". A leitura programava-se para o mês de Dezembro, que é sempre um mês complicado. Com pouco tempo comecei a temer o pior - que iria odiar o livro.
Pois foi exactamente o contrário. Com muito pouco tempo para dedicar à leitura, tive que saborear, rapidamente, cada um dos momentos lindos do livro.
Que livro fabuloso! A métrica e a cadência do livro é magnífica. E é um livro de uma escrita tão simples. O livro não tem pensamentos fabulosos, nem histórias violentas, nem nada do que é habitual encontrar. É simples e de uma escrita que parece também muito simples. A métrica, isto é, o modo como ele utiliza a narrativa e que vai mudando e aumentando de ritmo na mudança de época, à medida que o livro avança, é giríssimo. No inicio, a mudança de época (sim, a história de Trond é contada a 2 tempos - na sua adolescencia e na sua velhice) é feita em cada capitulo, depois, é quase metade-metade e, para o fim, é quase palavra a palavra. Mas sem qualquer complicação, como se tudo fosse natural e muito simples!!!!
Um homem que se encontra ao reencontrar-se com o passado.
Lindo! Fez-me querer muito ir passear nas florestas da Noruega.
Paula Silvestre