As renas não voam

07-12-2023

A celebração do Natal está cada vez mais centrada no Pai Natal, nas decorações natalícias que agradam aos olhos, nas múltiplas prendas e gastos supérfluos, que nos escoam o subsídio e beliscam as poupanças. O que devia ser a celebração do nascimento de Jesus, do convívio e partilha entre familiares e um hino ao amor e à união entre os homens, banalizou-se no consumismo e reflecte, de alguma forma, a desumanização da sociedade actual.

As renas não voam, mas, a imaginação sim! Seja imaginativo e celebre este Natal de uma forma que respeite as raízes do momento, reflicta sobre os valores da família, da justiça e da solidariedade e que, simultaneamente, seja um momento agradável de convívio e acção. Não se fique pela degustação de vitualhas alimentícias e espirituosas.

Da minha experiência na dinamização das actividades familiares nas noites de Natal (ocorridas depois do jantar e antes da meia-noite), recordo várias peças de teatro que representámos com as crianças, a declamação de poesias, canções e músicas tradicionais portuguesas, o jogo do loto (que por ter muitos cartões, permite uma participação alargada de toda a família) e leitura de contos tradicionais, de postais de Natal ou relatos de experiências pessoais.

A Galáxia Dragonfly identificada no ano passado, embora distando da Terra 320 milhões de anos--luz, está aqui mesmo ao nosso lado. É maior do que a nossa própria Via Láctea, onde se encontram milhares de milhões de estrelas e planetas e milhares de outras galáxias. Importa reconhecer a nossa pequenez e insignificância no contexto do Universo e a humildade com que nos deveremos analisar e avaliar as nossas relações de equilíbrio com os demais.

O papel da força agregadora da família que, tal como nas galáxias, cria as condições dinâmicas de estabilidade, coesão e apoio, tão fundamentais nos tempos que correm. A família é o centro do nosso projecto de vida. O bem-estar e salutar desenvolvimento dos nossos filhos, dos nossos netos e o acompanhamento dos nossos pais e amigos, são as prioridades.

A minha esposa recomenda, igualmente, algumas leituras alinhadas com a quadra que vivemos e que são aconselhadas no Plano Nacional de Leitura:

  • Ninguém Dá Prendas ao Pai Natal de Ana Saldanha
  • O Meu Primeiro Natal de Margarida Fonseca Santos
  • Os Três Reis Magos do Oriente de Sophia de Mello Breyner Andresen
  • O Livro de Natal de José Jorge Letria
  • Os Animais do Natal de Luísa Ducla Soares
  • A Noite de Natal de Clement C. Moore
  • As Mais Belas Histórias de Natal de Stefania Leonardi Hartley e muitos outros.

Lisboa, 01 de Novembro de 2023

José Aleixo e Lurdes Dias