Alegria de Viver
Olá sou a Maria Irene Batista, facilitadora numa actividade de desenvolvimento humano em grupo regular, a Biodanza.
Sinto-me uma previligiada por poder fazer parte desta maravilhosa Academia Sénior da Cruz Vermelha Portuguesa onde posso contribuir todas as quintas-feiras das 15:00 às 17:00 com aulas de Biodanza que tanta gratidão me trazem.
É um prazer ver o entusiasmo e o empenhamento das minhas alunas, a sua vitalidade e alegria em cada aula de Biodanza, motivando-me sempre, com os resultados desta dádiva, trazida pelo seu criador, o antropólogo, professor e poeta chileno Rolando Toro como sendo "um sistema de desenvolvimento humano, renovação orgânica, integração afectiva e aprendizagem das funções originárias de vida.
Existe um poema de Rolando Toro que define a Biodanza com excelência e que diz assim:
"A força que nos conduz é a mesma que acende o sol que anima os mares e que faz florescer as cerejeiras.
A força que nos move é a mesma que agita as sementes com a mesma mensagem imemorial da vida.
A dança gera o destino sob as mesmas leis que vinculam a flor à brisa.
Sob o girassol de harmonia
Todos somos um."
Continuo uma tradição iniciada na Cruz Vermelha da Parede por Elsa David, facilitadora didata de Biodanza e mais tarde por dois facilitadores Arthur Vasconcelos e Eduardo Boaventura que durante dois anos mantiveram esta prática vivencial de desenvolvimento humano trazendo a Biodanza a este espaço.
Desde a primeira aula dada por eles em Janeiro de 2017, com os quais eu também iniciei o meu percurso de Biodanza, desenvolvi uma enorme paixão por esta prática ao longo deste caminho comecei a fomentar o sonho de dar continuidade a esta actividade que nos resgata a vida para o seu melhor, trazendo-nos a alegria de viver enquanto dançamos.
Cheguei ao momento de concretização deste sonho tornando-o numa realidade pulsante que estou a desenvolver trilhando o mesmo caminho deixado pelos meus antecessores e que se desenvolve no seio deste grupo conhecido por Flor dos Afectos.
Cada participante é uma flor desabrochando em afectividade, que acarinho e ajudo numa caminhada que tem por objectivo trazer mais vida para a vida, mais alegria, mais abertura, mais emoção aprendendo a viver melhor e a desenvolver o potencial que cada um tem dentro de si como ser humano na sua forma de ser e de estar.
Uso a música e dança como elementos deflagradores de momentos em que cada aluno se pode exprimir com criatividade e alegria.
A minha formação desenvolveu-se ao longo de três intensos anos de trabalho na Escola de Biodanza de Lisboa, alguns ciclos de aprofundamento, workshops e a permanência semanal num grupo regular sem interregno. Este ano estou de novo a frequentar o curso por prazer e benefício que isso me traz no resgatar a essência de uma vida mais simples, inteira e mais feliz.
Não interessa a idade, mas o prazer de viver.
Nesta sequência de acontecimentos a Cruz Vermelha abriu-me portas e os braços e permitiu-me realizar o meu estágio de supervisão em voluntariado o que me está a dar um enorme prazer e a vontade de permanecer nesta casa com o mesmo empenhamento que tive como aluna assídua durante 8 anos e , por isso, estou profundamente grata às pessoas que me permitem continuar e divulgar esta disciplina que é cada vez mais acarinhada por este mundo fora.
As opiniões de alguns participantes nas nossas aulas falam mais alto que muitos parágrafos de teoria de Biodanza:
"A Biodanza é a magia da busca de viver em Felicidade" - Cremilde
"Adorei a nossa aula de Biodanza, senti uma energia muito sincera e profunda, fiquei com o coração cheio" – Dalila
"Não sabia que aos setenta e dois anos se pode nascer de novo… é o que acontece com a Biodanza nascer de novo" – Maria de São José
"Não sei mais o que dizer a não ser obrigada… pensava que estava sozinha e agora verifico que não e verdade bem haja … "- Emília
"Que lindo é o trabalho dos facilitadores de Biodanza e como eu me sinto tão bem neste grupo" – Madalena
"Sinto-me muito bem a fazer Biodanza neste grupo, saio sempre mais alegre e feliz" – Helena
Por tudo isto os meus agradecimentos e também eu me sinto muito feliz por dar a conhecer uma forma de mudar a vida enquanto dançamos.
Lembro um poema que escrevi recentemente… e que dedico à Biodanza:
Danço com palavras em livros de sonhos,
Desfruto-me no ideal de conquista de afectos
Danço na linha reta dos teus olhos
Em retalhos de momentos
Inspiro-me nos dedos que dedilham as emoções
Danço por dentro de mim
Dando corpo ao perfeito e imperfeito
Danço todas as possibilidades
De nunca desistir do imprevisível
Este artigo foi escrito para o Boletim da Universidade Sénior da Cruz Vermelha Portuguesa da Parede em Março de 2022.
A Maria Irene é facilitadora dos workshops de Desafio da Escrita e de Zentangle na Transições e facilitadora de Biodanza na Universidade Sénior da Cruz Vermelha Portuguesa da Parede.