A reforma não é um projecto solitário

Não sei se a tradução é a melhor "Retirement isn't a solo project" é um capitulo de um livro, no qual passei os olhos e que se chama "O que pretendem os reformados".

Mas gostei particularmente do título e do conteúdo deste capítulo. Claramente a reforma não é, não deve ser, um projecto solitário.

Muitas coisas que sabemos mas que por vezes não interiorizamos, são novas - por exemplo, somos a primeira geração de avós que vivem mais anos e que estaremos presentes na vidas dos nossos netos, em média, mais 30 anos.

Também o aumento da longevidade e a mudança nas normas sociais, estão a redefinir o conceito de família. Hoje começa a ser comum famílias onde encontramos 4 gerações: os pais, os filhos, os netos e os bisnetos. E muitos estudos têm demonstrado o "valor" dos avós que desempenham um papel ativo na vida dos seus netos, nomeadamente, menos evasão escolar, uso de drogas e maior confiança na vida.

Por outro lado, nunca como hoje, os adultos maduros estão a optar por se reinventar. Voltam "à escola", correm maratonas, apaixonam-se, mesmo aos 80, começam novas carreiras, desenvolvem hobbies nunca antes pensados.

Mas também esta geração está a ser confrontada com novos desafios. Ocupar-se dos seus Pais, hoje cada vez há mais pessoas que atingem os 100 anos, e simultaneamente ocupar-se dos seus filhos e netos. Dificuldades financeiras sentidas pelos jovens que, por mais que gostassem, não conseguem sair de casa dos Pais. E os que já saíram e construíram uma vida de casal com filhos, chegam ao fim do mês com dificuldades que, não fosse a ajuda dos Pais/Avós, pagar despesas relacionados com os estudos, contribuir para a renda da casa, um auxilio financeiro que por vezes invalida o sonho de fazer coisas tão desejadas e nunca antes concretizadas e para as quais se passou uma vida de poupança.

Onde quero chegar com tudo isto? A fase da reforma pode e deve ser uma nova fase da vida em que cada dia queremos aproveitar o melhor. A estabilidade financeira, a saúde e o equilíbrio emocional contribuem definitivamente para isso. Mas para chegarmos lá devemos estar alerta, e reflectir, sem stress, enquanto estamos a trabalhar. Devemos preparar a transição, e os tópicos que referi, são apenas alguns dos que merecem reflexão, para disfrutar e assegurar que não voltamos a ser apanhados em novas rotinas, nem sempre satisfatórias.

Está na altura de também pensar em si! Fique, vá, reinvente-se, procure novos amigos, faça o que sempre sonhou, mas siga, vá em frente e se precisar de dicas já sabe, junte-se à Transições www.transicoes.pt, que foi criada especialmente para si. Pelo menos é o que nos dizem os mais de 300 membros e os mais de 1.350 seguidores, entre Facebook e LinkedIn.

Teresa Marques, Janeiro 2025