50 mais
#50mais
A nossa sociedade atual está cada vez mais focada no que faz mais ruído, no que é moda, no que "está a dar". Gostamos do que muitos já gostam, apreciamos os valores da inovação, da rapidez, da tecnologia, do que é novidade...do que é jovem.
Para além disso, as empresas valorizam a renovação dos seus quadros sendo que por renovação parte-se do princípio que significa "com menos idade". Cada vez mais se desvaloriza a experiência e se associa a "mais de 50" cansaço, aborrecimento, falta de ideias, incapacidade de adaptação, arrogância.
Num mundo em que a comunicação se faz cada vez mais por hashtags, "mais de 50" não é claramente moda, nem faz parte do que "está a dar".
Mas a estatística, a realidade diz-nos que vivemos numa sociedade envelhecida, que temos, e vamos ter cada vez mais, questões de apoio à reforma, que temos um grupo de "50mais" cada vez maior, mas sobretudo perdido no seu encaixar social e económico.
À medida que a esperança de vida aumenta, a idade da reforma aumenta também, e para muitos "mais de 50" o gap é um desespero de falta de oportunidades de trabalho remunerado. Para muitos significa um reajuste de estilos de vida, de formas de estar, de procura de novas soluções, de empreendedorismo, de humildade.
Três vetores desta questão que são relevantes analisar: sociedade, empresas e pessoas.
Socialmente é importante repensar soluções de empregabilidade e de apoio que passem pela inserção e não necessariamente pelo subsídio;
As empresas devem questionar-se o que perdem com a saída do conhecimento e da experiência, há todo um processo de mentoria aos mais novos que deveria também ser abordado e coordenado com a renovação;
E nós, Pessoas com mais ou menos de 50, deveríamos aprender a olhar para as pessoas e não para a sua data de nascimento. Como alguém me disse um dia, há velhos com 25 anos e jovens com 50.
Importante mesmo é que se faça muito ruído desta questão!
Vera Norte