O último Natal
Na passagem da vida há sempre aquele que mesmo sem se saber... é o último Natal.
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Na passagem da vida há sempre aquele que mesmo sem se saber... é o último Natal.
A minha neta já está na escola. Anda a aprender os números, diz ela.
Tinham deixado o quartel ao romper d'Alva.
Adoram contorcer-se e bicarem-se. Não falam, e aparentemente não se relacionam comigo. Mas fielmente, de manhã, esperam-me, e esperneiam quando me atraso, e não vocalizando, mostram bem a sua ansiedade e urgência esbugalhando ainda mais os olhos e fazendo boquinhas.
Há três anos o filho saiu de casa dos Pais com uma mochila às costas, onde levava o equipamento que considerou necessário para uma aventura percorrida a pé, e suficientemente leve para o poder carregar.
São três e meia da tarde de um Sábado de Agosto.
Estou a jantar num restaurante de praia.
De férias, passadas umas em destinos mais próximos, outras em locais mais longínquos, há sempre histórias de viagem para contar. Ocorre-me uma por mim vivida há exatamente quarenta anos que merece ser partilhada.
- Avó, tenho uma pergunta muito importante para te fazer. Muito importante e muito difícil!
I am the master of my fate: / I am the captain of my soul.
Não sei exatamente onde se juntam a ribeira de Sor e a ribeira de Raia: algures na freguesia do Couço. Mas sei onde passa o rio Sorraia e que este rio tornou-se um atrativo para a pesca desportiva e para a canoagem, graças aos açudes a montante e a jusante que aprisionam a água. Também sei que este rio se...
Quando eu era pequena, havia na minha aldeia umas manias, talvez melhor superstições, quanto ao que uma donzela não podia fazer na fase "daquilo" (raramente se ouvia menstruação). Nesse período perigoso, não se podia tomar banho nem comer azeitonas pois ficar-se-ia com a cara cheia de borbulhas. Também era totalmente proibido falar sobre "isso"...
"Envelhecer é o único meio de viver muito tempo" parece-me uma verdade monsieur de La Palisse, mas será mesmo? E quando um segundo vale uma vida? E quando um segundo nos envelhece trinta anos? E quando aos dezoito já temos cabelos brancos? E já não temos alguns dentes? E aos vinte e cinco estamos calvos, ou quase, e nos desforramos...
Foi com uma alegria indescritível que recebi a notícia de que o meu filho e nora esperavam um bebé, novo elemento para a família.
Chego a casa, tarde...stressada...o contrato ainda a reboque dos meus pensamentos...e quase tropeço nele...